Carta para um velho amigo
Antes que fiquem bravos, eu peço desculpas pela ausência prolongada. Tive uma semana pouco dedicada, e isto é culpa única e exclusivamente minha. Estava sem idéias e sem inspiração para escrever (em compensação, tirei várias fotos ). Voltei com um pequeno conto, e aviso que já tenho os demais posts para essa semana planejados, portanto, não se preocupem, não haverá uma espera desmedida como houve desta vez.
Agora, antes que vocês possam avançar para este texto escrito em um bloquinho sem linhas enquanto ajudava a minha irmã a fazer supermercado (podem imaginar o quanto ela adora a minha companhia para o mercado. Ela fica sozinha perambulando e eu só sirvo para riscar as coisas da lista, já que sempre que vou ajudá-la nas compras me dá inspiração), preciso conferir uma coisa. Algumas pessoas estão reclamando (nos comentários, no msn, no twitter) que eu parei de postar a história "Desventuras de Tardes Perdidas". Estou planejando voltar a postar, mas antes gostaria de oferecer uma forma mais organizada para os novos leitores se atualizarem na história, se alguém tiver alguma sugestão de como eu posso fazer isso, ficaria extremamente agradecido.
Terminado isto deixo vocês com uma carta de uma mulher para um antigo amigo. (A foto do conto é da minha autoria. O que acharam?)
Prezado amigo Balanço,"Sei que faz muito tempo que não nos vemos, e por isso lhe dou toda razão caso guarde apenas amargura pela minha pessoa. Não faz mal, mas quero que saiba que, da minha parte, existem apenas bons sentimentos entre nós.Imagino o quão surpreso esta por receber esta carta tão de repente, mas aviso que o “de repente” se aplica apenas à você que vive ai sozinho e isolado dos demais, fechado em sua praça. Antes de mais nada, acho importante relatar um pouco sobre mim, afinal faz anos que não nos falamos, e considero você um bom amigo.Ainda tenho praticamente a mesma altura que da última vez que nos encontramos, cresci apenas tries centímetros, mesmo que tenham se passado dez anos desde a última vez que meus tênis ficaram cheios com a areia fina sobre a qual você vive. Meu cabelo esta curto, um pouco acima dos ombros; sei que gostava dos cabelos compridos (presos em rabos de cavalo altos, ou soltos fazendo bonitas sombras quando eu balançava alto em dias de sol), mas minhas novas responsabilidades exigiram esse tipo de posicionamento prático.Lembra-se daquele rapaz pelo qual eu estava chorando naquele último final de tarde juntos? Bem, não o vejo há vários anos; no entanto, o jovem que se sentou em seu vizinho e me fez companhia até as lágrimas secarem (lembra quem é? Ele sempre me empurrava bem alto, até eu parar de chorar e começar a rir de nervosismo) se tornou meu companheiro de toda a vida. Não concordo com o gosto dele para toalhas, mas isso é remediável.E a faculdade, você deve estar se questionando. Bem, foi incrível, tudo o que me diziam que seria, e mais. Claro, dormi pouquíssimo (entre trabalhos, aulas e baladas faltou tempo para algo tão rotineiro como descansar), mas não veijo mal nisso. Devo ter rido mais do que em toda a minha vida junta. Mas, não, não fiz a faculdade que meu pai havia escolhido. Desisti da idéia de um curso seguro e me formei em gastronomia. Você pode imaginar a expressão dos meus pais quando lhes contei isso, e admito que fiquei preocupada por um tempo. Mas tudo bem. Hoje sou dona echef de um bistrô no bairro dos artistas e, mesmo que sempre tenha uma banda (normalmente uma alternativa) tocando lá, e que as paredes estejam cheias de quadros, nunca gastei um centavo para isto (os artistas procuram restaurantes como o meu, é bom para eles e para mim). Estou realmente feliz.Suponho que esta conversa deve estar soando estranhíssima aos seus ouvidos, e não é motivo de surpresa para mim, afinal de contas, a última vez que nos vimos eu sequer era uma mulher, minha vida era curta e rasa, assim como eu. Mas agora que estou em pé diante de ti, deixo bem claro que eu mudei. A vida me moldou, e acho que moldou bem; estou profunda e meu interior não “da pé” para uma criança pequena e vários adultos. Esta criaturinha em pé ao meu lado é o fruto mais doce e precioso que a vida e eu tivemos juntas, seu nome é Manuela, mas todos a chamam de Manu, sinta-se à vontade para fazê-lo.Estou morando com ela e com o rapaz (que hoje é um homem) do qual já lhe falei há três quarteirões daqui, naquela casa térrea sobre a qual lhe falava (com as portas -até mesmo as da garagem- em arco, árvores tortas se ajeitando à entrada e um caminho de pedras até a soleira). Sendo assim, eu e Manu iremos passar a frequentar o parque com certa regularidade, agora que minha pequenina tem idade o suficiente para esse tipo de passeio.Seja paciente com ela, assim como foi comigo, que tenho certeza que serão bons amigos, como nós.Beijos da Menina que Cresceu."
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Meu nome não é Padero;
Comentários
Fazia anos que eu não lia alguma coisa que me fizesse recordar de meu passado. Confesso que me Vi como a escritora da carta em alguns aspectos. Gostei e vou indicar no meu blog.
Quanto a questao que voce disse a respeito de organizar melhor seu texto, no meu blog que eu publico um romance, eu tenho um sisteminha ate razoavel de links. talvez te ajude.
Como disse. gostei do texto e estarei esperando outros.
Kaerveck.
http://blog.supersapo.net/
É um reencontro e tanto! Isso é tão melancólico pra mim que temo ter que fazer como no texto ela fez. Já estou sentindo a despedida e daqui a dez anos voltarei nestes tempos e perceber o quanto mudei. Isso acontece então com todos, não é mesmo?
Muito emocionante, pelo menos pra mim... vivo de saudades, nostalgia. Pretendo mudar isso, mas faz parte de minha essencia. Coisas assim sempre me deixam pensativa, com vontade de marcar todos os momentos pra n querer voltar a eles. Bem, teu texto é muito inspirador... AMEI!
Se puder, visite o meu blog: www.alittledelving.blogspot.com
Ficarei honrada!
Abraços!
E a imagem, sem comentários, vc se inspirou bem em tudo! PARABÉNS!
www.julyritmoquente.blogspot.com
Bjoks!!!
fui lembrando da minha infancia lendo, saudade dos balanços e de como era bom só ser criança.
Me lembrou a música do toquinho "o caderno" porque, como esse conto, fala das coisas que são tão preciosas na infância e, de repente, a gente perde.
Só pra não perder o costume de ser chata, hahaha, se eu pudesse fazer uma ressalva, diria que, no final, quando você escreve "beijos da menina que cresceu" me causa um certo incômodo esse "menina que cresceu" não sei se pq já tá implícito no texto que ela cresceu ou se pq me dá uma idéia que ela superou aquilo ali e está vivendo noutro universo, superior a esse antigo.
Mas tá muito lindo esse conto. Adorei mesmo.
da uma olhadinha no meu
to te seguindo xD
http://s-pz.blogspot.com/2010/08/saga-de-miltin10capitulo.html
Como sempre, né?
curti muito a viagem ;d
continue assim
e show a foto! *-*
http://bonecozumbie.blogspot.com/
Quando quiser retribuir a visita, sinta-se a vontade
http://meucaonaochupamanga.blogspot.com
E adorei a foto está de parabens!!...
vou voltar mais vezes aqui!
Com os textos do PADERO não dá pra não gostar de ler.
;D