Terça-feira de abril, uma tarde de outono.
Ao descer do
ônibus, exausto por ficar horas sentado em um banco confortável ao lado de um
estranho. Meus olhos cansados procuravam apenas por ela, minha companheira,
Nathalia Presente. Foi quando a vi, parada a mais ou menos trinta metros de
distancia de onde eu estava. De jaqueta branca e calça marrom. Enquanto eu
caminhava na direção dela, um filme sobre o nosso passado começou a passar
diante meus olhos, lembranças sobre a nossa história. Coisas boas que
acontecera entre nós. Eu queria correr, para chegar mais rápido em seus braços,
mas sabia que se tentasse eu cairia de joelhos no chão, minhas pernas estavam
bambas. Ela não disse nada, apenas me abraçou. Eu chorei. Mantive-a em meus
braços, como se fosse a uma despedida que nunca tivemos. Como se nada mais importasse.
Muito tempo já tinha se passado desde a última discussão, desde a última
palavra dita. Minha companheira, uma Nutricionista. A pessoa mais sistemática
que conheço.
– “A onde
iremos?” – uma pergunta que ela sempre fazia. – “Para o México” – sempre foi a
minha resposta. Mas independente de minhas opiniões malucas, sempre acabávamos
indo a uma cafeteria, pois minha companheira é uma verdadeira amante de café. E
depois alugávamos filmes antigos, tão antigos que ninguém, além de nós, se
importava com eles. E ficávamos o resto do dia na sala daquele apartamento de
cor azul de frente para o mar, assistindo os filmes e comendo besteiras. Naquela
terça-feira de outono, eu simplesmente não queria ir muito longe, queria apenas
estar com minha companheira. – “Vamos logo tomar o café, e depois alugar os
filmes” –, eu disse sem delongas. Eu já estava me entregando de corpo e alma a
rotina que sempre fazíamos, mas talvez o meu tom de voz desanimada não a deixou
convincente de que eu realmente queria tomar apenas um café. – “Hoje é
especial, vamos para Santo André, meu primo me recomendou um restaurante ótimo,
você vai adorar” – disse minha companheira. Eu pensei que “Santo André” era o
nome de algum restaurante ali no litoral.
Rodar mais de 180 quilômetros,
mais de quatro horas e meia, para chegar a um restaurante não era exatamente
minha intenção em um dia da semana, com a bateria do celular descarregada. Eu
só queria tomar um café. Mas a empolgação de Nathalia ao falar do The Burger
Map me contagiou. – “As receitas de lá são inspiradas em varias lanchonetes dos
Estados Unidos” – explicou minha companheira. Foi à senha para que eu
aceitasse a sair do litoral do vale do Paraíba e ir até Santo André, cidade da
região da metropolitana de São Paulo, onde fica localizada a Hamburgueria.
Conseguimos uma carona de carro
até São Paulo, com a tia de Nathalia, que também é sua madrinha. E de lá
seguimos de ônibus até Santo André. Falando assim até parece que foi rápida a
viagem. Durante o percurso ouve alguns contra tempo, mas como eu prefiro dizer,
apenas algumas “desventuras”. Que ficará gravado apenas em nossas memorias.
E quando enfim chegamos ao nosso
destino, eu realmente entendi o recado assim que entramos na casa, com
decoração que remete a símbolos tradicionais dos ianques: minibomba de
gasolina, capacetes de jogadores de futebol americano e placas de estação de
metro de Nova York, entre outras bugigangas, estão pendurados nas paredes. O
convidativo bar, com o ambiente totalmente americanizado e prateleiras recheadas
de cervejas especiais, completa o imenso salão. O cardápio revela o árduo
trabalho dos donos, na procura de um autentico saboroso hambúrguer, da terra do
Tio Sam. O resultado aparece nas 15 opções do menu, como o fatty melt burger
(R$ 25,90), que leva queijo americano, bacon e uma fatia de queijo frito entre
dois queijos quentes. Receita originada do Estado da Virginia.
Antes de decidirmos qual
sanduíche pedir, começamos a refeição com uma degustação de três entradas da
casa, que foi por conta da casa. O house sampler (R$ 32,90) veio com crocantes
e grandes onion rings, enrolados de salsicha em massa de milho e asinhas de
frango fritas em molho apimentado, além de um talo de salsão e molho de queijo
azul. Nathalia se deliciou com os rolinhos no palito. – “O adocicado do milho
casou direitinho com a salsicha” –, comentou Nathalia. E eu rememorei meus dias
da infância, enquanto mastigava cada pedaço suculento e picante do frango. Eles
conseguiram reproduzir exatamente o mesmo molho que minha avó fazia, nas tardes
de domingo.
Para acompanhar nossos belisque,
mantivemos um espírito americanizado. Enquanto minha companheira escolhia o que
iria comer, eu apreciava a extensa carta de cervejas, que eram muitas. Nathalia
ficou com a sugestão do garçom: o milk-shake de cookies’n’cream (R$ 15,90), com
bolachas picadas, bem encorpado e doce na medida. Confesso que custei para
escolher meu hambúrguer. Afinal, já estava bem satisfeito com as entradas e
gostaria de algo mais leve. – “Então você está no lugar errado” –, reclamou
Nathalia. – “Aqui a dieta fica do lado de fora” –, concluiu.
De fato se hambúrguer é para ser
levado a sério, precisa ser suculento e com uma boa doses calóricas. Fiquei com
o clássico cheeseburger salada (R$ 22,90), com rodelas de tomate, queijo
americano, cebola roxa e alface, e as batatas waffle frie (R$ 15,90). E não me
arrependi: o pão de hambúrguer integral era macio e fresco e a carne,
suculenta, apesar de estar além do ponto rosado. Me senti em uma verdadeira
Hamburgueria norte-americana.
Nathalia estava quase chorando
por não conseguir comer inteiro seu squealer burger (R$ 22,90). São somente
quinze unidades preparadas por dia desse hambúrguer de 180 gramas feito com
alcatra, ponta de agulha e picanha moída com bacon. Depois de chapeado, recebe
uma fina camada de queijo americano, coberto por fatias de pão macio e tostado
com manteiga. – “É um senhor hambúrguer. Não é para os fracos” –, opinou minha
companheira. A refrescante lemonade (R$ 4,90), servida num simpático pote de
vidro, escoltaram nossos sanduíches.
Se já foi difícil finalizar
nossos hambúrguer, ficamos realmente com pena dos clientes que aceitaram o
desafio da casa. Apelidado de The Burger Map Mountain, o cliente te paga
R$79,90 para comer um hambúrguer no prato com pão de forma grosso sob um fatty
melt burger e mais um hambúrguer coberto por fritas, molho cheddar e pedaços de
bacon, num total de 1,3 quilo de comida. Quem conseguir limpar prato em até trinta minutos ganha uma
camiseta da casa e uma foto no “Hall of Fame”, pendurado em uma das paredes da
lanchonete. Os perdedores, por sua vez, deixam suas faces no “Hall of Shame”.
Sem mais estomago para continuar
o jantar, fomos bravos ao aceitar a sobremesa sugerida pelo garçom. O cookie
sandwich (R$ 15,90) vem com sorvete de creme entre dois biscoitos crocantes com
gotas de chocolate derretidas, para comer sem medo de ser feliz. Sem dúvida,
nosso retorno é certo ao The Burger Map. – “Agora nem parece tão longe de casa,
né, Elias?” –, brincou minha sabia companheira.
– Depois de tudo que aconteceu entre nós, mais uma vez vivenciamos algo junto. Eu chorei, por enfim estar ao teu lado de novo. – "Forever como uma maquiagem"
- Meu nome não é padero;
Comentários
Que bom que você gostou. E mais uma vez obrigado por ter vindo me visitar.
beijos
DIARIAMENTE ATUALIZADO
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E um dia abro uma Cafeteria!!
Abraços!
Abçs!
Danilo Moreira
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